quarta-feira, 16 de março de 2011

Max Weber e a Objetividade do Conhecimento na Ciência Social

por Dennis de Oliveira Santos



Weber, que defende a idéia de que os valores não soam como objeto de demonstração cientifica, desenvolve uma discussão em que intenta estabelecer a distinção entre juízo de valor e conhecimento cientifico. A escolha de valores ou de fins é tarefa do homem pratico, não é tarefa da ciência. Enquanto o homem de ação toma posições valorativas, a ciência ensina a esse individuo o conhecimento dos fins que ele procura em suas ações.

Além do conhecimento dos juízos de valor, a ciência pode ainda avaliá-los criticamente. Portanto, a ciência pode oferecer conhecimentos sobre juízos de valor, propiciando ao homem condições de avaliá-lo criticamente. Lembrando que os julgamentos de valor são subjetivos, incoerentes no oficio cientifico. Com isso, o cientista social divide com Kant a concepção de que a idéia do homem é cindida em dois mundos. O alcance do conhecimento exige do cientista uma adequação neutralidade axiológica, mas isso não é o suficiente para garantir a objetividade do conhecimento. Essa objetividade também exige a observação de procedimentos metodológicos.

O sociólogo alemão também desaprova o uso metodológico do materialismo histórico e do monis naturalista no interior das ciências da cultura. As generalidades conceituais provenientes desses métodos deixam de fora da analise as individualidades históricas que não podem ser subsumidos as leis gerais. Adiante, discute-se acerca da significação dos fenômenos sociais. O momento subjetivo na produção do conhecimento não tem nada a ver com os julgamentos de valor do pesquisador; o cientista social pode investigar valores sem glorificá-los ou condená-los. Neste caso, o momento subjetivo não tem nenhum papel a desempenhar na construção do conhecimento. A relação e a comprovação da verdade enunciada teoricamente são dois momentos distintos.

Por ultimo se discute sobre a realidade e método das ciências sociais. A resposta a esse assunto é esclarecida por Weber a partir da construção dos tipos ideais. O tipo ideal é um poderoso instrumento de investigação da realidade. Sua função é a de ordenar a realidade e torná-la acessível a pesquisa. Como instrumento de conhecimento, esse tipo ideal tem uma função puramente cognitiva e heurística.

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